No século XII esculpiam-se modelos ideais, jamais pessoas concretas. Os escultores góticos primitivos davam pouquíssima importância aos corpos de suas estátuas. O que valia era a alma, expressa particularmente no rosto. Não admitia nem sentimentos, nem emoções. Por isso, a estatuária dessa época era absolutamente fria, não revelando emoção nenhuma. São rostos que não riem nem choram. Fisionomias absolutamente impassíveis. Nelas há uma ausência de sentimentos e movimentos, mais parecem uma coluna.
Essas figuras apresentam os cabelos e os fios das barbas escorridos, quase sem ondulação, para acentuar a falta de movimento e a estabilidade. Também as vestes não apresentam dobras profundas e apenas caem ao longo do corpo da estátua. São dobras rasas, quase que paralelas, e quase estilizadas.
No século XIII as esculturas atingem grande perfeição e grande equilíbrio. Elas não visam a representar o universal. Elas buscam figurar também o indivíduo, sem esquecer o universal.
Elas não são puros retratos e nem puras idealizações simbólicas de um conceito universal, mas preocupam-se em esculpir um indivíduo concreto sem menosprezar o que ele era
Realizando a figuração real de corpos, a estatuária radiante não recusava representar as emoções e o movimento. As figuras fazem gestos , se voltam, não são mais estáticas. As suas vestes se movimentam também, dando ocasião de representá-las com dobras profundas e majestosas, ou então leves e delicadas.
As estátuas desse período revelam emoções, mas sempre emoções equilibradas, sem excessos. Elas jamais gargalham. Sorriem.
No século XIII até o XVI a estátua flamejante é sempre extremamente emotiva, e suas emoções são sempre violentas: ou pranto ou gargalhada, ou terror ou prazer. Os rostos flamejantes já não têm paz.
O gosto pela curva e pela contra curva faz os escultores se preocuparem em esculpir figuras com cabeleiras e barbas enormes e caracolantes. O drapejamento também passa a ser riquíssimo. E, para que as roupagens tenham curvas e contra curvas, elas são esculpidas como se estivessem agitadas por um vento impetuoso.
Ao mesmo tempo que se agitam, riem ou choram, as esculturas flamejantes perdem estatura. O módulo flamejante diminui. As esculturas, em geral, passam a ter tamanho menor. Normalmente prefere-se esculpir cenas e não mais pessoas isoladas.
O caráter violentamente emotivo da escultura flamejante aparece claramente nas figuras sepulcrais.
estou neste momento a trabalhar neste assunto no meu blog !
ResponderExcluirestá simplesmente bonito e bem estruturado. parabéns e continuação de um excelente trabalho*
Gratidão! Parabéns pelo conteúdo.
ResponderExcluirGratidão! Parabéns pelo conteúdo.
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